Ministro Haddad propôs o fim da isenção como alternativa ao aumento do IOF
- Thais Carrança
- Role,Da BBC News Brasil em São Paulo
- Há 1 hora
Enquanto governo e Congresso tentam chegar a algum acordo sobre o decreto presidencial que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou um pacote de medidas como alternativas à alta do tributo. Entre elas, algumas que também já causaram reação entre os possíveis atingidos:
- a tributação em 5% de ativos imobiliários e do agronegócio hoje isentos de Imposto de Renda (IR);
- o aumento de alíquotas para empresas de apostas online (bets);
- a equiparação de alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para fintechs;
- e um corte de 10% em benefícios tributários concedidos a empresas.
O governo propôs ainda, em anúncio feito no domingo (8/6), alterar o decreto do IOF instituído em maio, reduzindo o imposto sobre crédito para empresas e planos de previdência privada do tipo VGBL, entre outras mudanças, mas ainda não foram apresentados detalhes sobre essa redução.
Após o anúncio, a XP Investimentos estimou que o conjunto de novas medidas apresentadas pelo governo pode gerar uma arrecadação de R$ 5 bilhões este ano e de R$ 26,9 bilhões em 2026.
Já para o IOF, antes das mudanças propostas, a arrecadação estimada pelo governo era de R$ 19,1 bilhões em 2025 e R$ 38,2 bilhões em 2026. Com o recuo, a estimativa de arrecadação cai a um terço do previsto antes, afirmou Haddad.
O anúncio, no entanto, foi seguido por fortes críticas de economistas e parlamentares, que ressaltam a incapacidade do governo de reduzir despesas, optando por fazer o ajuste fiscal principalmente através do aumento da carga tributária.